Publicado por Redação em Previdência Corporate - 10/12/2015

Em Uberlândia, 18 mil idosos trabalham mesmo aposentados

Um em cada três idosos ainda continua trabalhando no Brasil, mesmo depois de estar aposentado, de acordo com a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), levantamento divulgado nesta semana. Os ganhos da Previdência Social não são considerados adequados e se tornam renda secundária para 29,3% dos aposentados brasileiros com mais de 60 anos.

Se esse número for projetado sobre a população idosa de Uberlândia, que é de 61,5 mil pessoas, conclui-se que cerca de 18 mil nesta faixa etária, de mais de 60 anos, ainda trabalham no Município. Os números são considerados altos por especialistas. Uma alternativa, segundo eles, seria a contratação de um serviço de Previdência Privado.

Para a pesquisadora sobre Envelhecimento e Qualidade de Vida, Geni de Araújo Cosa, a questão passa por três pontos: os idosos que estão no mercado por necessidade financeira e não podem parar de trabalhar, outros que querem apenas complementar a renda e aqueles que trabalham para ter um envelhecimento ativo. Ainda segundo a pesquisadora, a atividade econômica do idoso aposentado também tem um lado psicológico. “A vida nos prepara apenas para trabalhar. O idoso, quando se aposenta, se torna invisível por não ser reconhecido. Ele mesmo não se reconhece por não trabalhar e pode cair em depressão”, afirmou Geni Costa.

Políticas públicas

A coordenadora do Projeto Atividade Física e Recreativa Para a Terceira Idade (Afrid) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Geni de Araújo Cosa, afirmou que existem políticas públicas que estimulam atividades que não sejam de trabalho aos aposentados. “A dificuldade é que aquele grupo que não pode parar de trabalhar não consegue horários alternativos, fora do comercial, para aproveitar o que o poder público oferece”, disse.

Estratégia

Cassimiro Augusto de Magalhães, 70 anos, é um dos idosos aposentados de Uberlândia que continuam trabalhando. Há cinco anos, ele se aposentou, mas continuou na ativa. Em 2015, ele completou 15 anos de trabalho como porteiro de um condomínio na zona sul de Uberlândia. Seu salário é 30% maior que a aposentadoria. “Só vou poder parar de trabalhar o dia que Deus disser que não dá”, afirmou Magalhães, que mora com a mulher, para quem ele paga INSS.

Outro caso

O caso do comerciante Clauber Cordeiro, 71 anos, é parecido. Os ganhos que ele tem com uma lanchonete na zona oeste da cidade são até 40% maiores do que a sua aposentadoria. Cordeiro abriu o comércio quando se aposentou, há seis anos, e disse que são as vendas que mantêm o nível de conforto que ele sempre teve durante a vida antes de se aposentar. “A aposentadoria reduziu meus ganhos”, afirmou.

Orientação

A análise do economista André Luiz Carvalho de Queiróz é que o número de idosos aposentados que precisam continuar no trabalho para cobrir suas despesas é alto. Com um sistema de previdência pública considerado ineficiente pelo economista, a alternativa apontada por ele é recorrer ao setor privado.

“A Previdência Privada serve de complemento e, quanto mais cedo procurar, melhor”, afirmou. André Luiz Queiróz também lembra que os valores pagos à Previdência Privada ainda podem ser abatidos no Imposto de Renda. Mas, segundo o economista, há outros investimentos que podem ser feitos durante a vida, como no setor imobiliário, que pode trazer renda por meio de aluguéis

Aposentados com mais de 60 anos que trabalham

 

  • Brasil: 29,3% dos idosos
  •  

     

  • Uberlândia: 18 mil idosos (projeção feita pelo CORREIO de Uberlândia)
  •  

    Aposentados com mais de 60 anos que trabalham

     

  • Centro-Oeste: 31,9% dos idosos
  •  

     

  • Norte: 31,8% dos idosos
  •  

     

  • Sudeste: 31,2% dos idosos
  •  

     

  • Sul: 28,9% dos idosos
  •  

     

  • Nordeste: 23,1% dos idosos
  •  

    Fonte: Correio de Uberlândia


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