Publicado por Redação em Vida em Grupo - 17/12/2012

Setor de seguros acorda para pequenas empresas

Com o aumento do número de pequenas e médias empresas no país, outro mercado também cresce: o de seguros para essas companhias.

Em geral, são produtos específicos para empresas com determinado número de funcionários --variável, dependendo da seguradora.

Os mais comuns são o seguro saúde e o de vida --oferecidos como benefícios.

Segundo o professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) Marcelo Aidar, o segmento já vinha crescendo, mas há espaço para uma maior difusão dos seguros.

Isso porque ainda há desconhecimento dessas apólices pelos pequenos empresários e porque eles não avaliam corretamente os riscos aos quais as empresas estão submetidas.

José Carlos de Paula, superintendente-executivo de seguros do Santander, diz que a expectativa em relação aos pequenos e médios é grande.

"O motor do crescimento está maior nas empresas menores, são os maiores empregadores [do país]", afirma.

"A empresa passa do seu momento de natalidade e de mortalidade e, para ficar competitiva, precisa ter um bom pacote de benefícios", diz Eugênio Velasques, diretor-executivo do grupo Bradesco Seguros e presidente da comissão de microsseguros da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras).

Para Ed de Almeida Carlos, superintendente de seguros do Itaú Unibanco, nesse cenário, a ideia é mostrar a quem entra no mercado que é algo barato proporcionalmente e importante no planejamento financeiro.

CUIDADOS

Uma boa avaliação da necessidade de um seguro, segundo Aidar, envolve probabilidade e impacto. Quanto maior a probabilidade de um acidente acontecer e maior for o impacto que terá na empresa, mais recomendável é a contratação do seguro.

O professor dá o exemplo da cobertura contra furtos e roubos, uma das mais comercializadas entre as MPMEs.

Uma empresa que faz frete de produtos de valor corre um risco grande de assalto a cada viagem realizada e um roubo pode ter sérias consequências nas suas finanças.

Já um escritório que não guarda objetos de valor em um edifício protegido não corre o mesmo risco de assalto nem terá impactos mais sérios caso o incidente ocorra. Portanto, é mais recomendável à empresa de frete.

Ao fechar o contrato, o empresário deve estar atento ao valor da franquia e às datas de pagamento. Os contratos perdem a validade quando a quitação não é feita.

A transparência de ambas as partes também é fundamental. A seguradora não é obrigada a aceitar todos os riscos impostos pela empresa, mas deve deixar claro quais incidentes não são cobertos, de acordo com a advogada Débora Schalch, presidente da comissão de direito securitário da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

"As seguradoras negam apólices de incêndio a indústrias químicas e a fábricas de colchões, por exemplo", diz.

"É muito comum os pequenos empresários não ficarem atentos a detalhes, como o não ressarcimento em casos de incêndio quando o bem está em uma área a céu aberto ou o não pagamento de danos morais em ações judiciais."

Segundo o gerente de acesso a mercados e serviços financeiros do Sebrae, Paulo Alvim, os seguros mais importantes para as pequenas e médias empresas são os patrimoniais, os vinculados a empréstimos, os de acidentes pessoais e os de vida.

MICROSSEGURO

As apólices voltadas à população de baixa renda, conhecidas como microsseguros, deverão ser a próxima grande aposta do setor.

Segundo Eugênio Velasques, da Bradesco Seguros, os microsseguros favorecerão o microempresário individual, principalmente o que trabalha em casa.

"Você crescerá muito porque há cerca de seis milhões de micro, pequenas e medias empresas no país e só 20% delas têm algum tipo de proteção securitária."

O Bradesco deu entrada na Susep em um produto de microsseguro voltado para o microempresário que trabalha em casa. O preço será de cerca de R$ 8 e a cobertura de até R$ 48 mil.

De acordo com Maurício Galian, do grupo BB/Mapfre, "esse é um recurso pouco explorado, pelo qual o microempresário pode proteger o seu negócio com um seguro residencial".

O produto do BB/Mapfre começou a ser vendido em outubro a moradores do Complexo do Alemão, no Rio. As apólices custam a partir de R$ 14,33 por mês.

Os microsseguros foram regulamentados em junho pelo governo. 

Fonte: www.jornalfloripa.com.br


Posts relacionados

Vida em Grupo, por Redação

Susep terá mais poderes

O projeto de lei que pretende mudar a natureza jurídica da Superintendência Nacional de Seguros (Susep) está praticamente pronto e deverá incluir novas regras para os contratos de seguros, afirmou ao o presidente da autarquia, Luciano Santanna.

Vida em Grupo, por Redação

Questão polêmica no Código Civil: salvamento no seguro de vida

Por mais cuidado que se tome na elaboração de uma lei, sempre ocorrerão questões dúbias e polêmicas. É o caso do texto do § único, do artigo 771, do Código civil Brasileiro, o qual estabelece: "Correm à conta do segurador, até o limite fixado no contrato, as despesas de salvamento consequente ao sinistro".

Vida em Grupo, por Redação

Seguro de vida pode trazer alívio financeiro (até antes da morte)

Apólice permite formar reserva para quando orçamento apertar ou ter indenização mesmo sem sinistro

Deixe seu Comentário:

=