Publicado por Redação em Notícias Gerais - 05/11/2013

Ministra defende sistema de bandas para superavit primário

A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, decidiu entrar no debate sobre a política fiscal do governo e defendeu um regime de bandas para o superavit primário.

Sistema semelhante ao de metas de inflação, o regime prevê um intervalo dentro do qual o resultado fiscal efetivo pode oscilar dependendo do desempenho da economia.

Significa dizer que, em tempo de crescimento maior, o governo economiza mais para pagar os juros da dívida. Mas, nos momentos de desaceleração do PIB, o Executivo tem folga para poupar menos.

"Tenho muita simpatia pelo sistema de bandas, ele responde bem à conjuntura diversa. A economia é muito mais dinâmica que a burocracia", disse Gleisi à Folha.

A área fiscal é a que recebe mais críticas do mercado. Em 2012, o Tesouro recorreu a maquiagens contábeis para atingir a meta e comprometeu o controle real do gasto público, considerado essencial para o combate à inflação.

Para ela, o regime de bandas dá mais previsibilidade ao desempenho do gasto público e, por outro lado, evita austeridade excessiva. Gerente do governo, ela tem convocado colegas de Esplanada a fazer a defesa da agenda fiscal da presidente Dilma Rousseff.

"Tratam [no mercado] como se houvesse um escândalo fiscal, mas não encontram respaldo nos números", disse. "O problema do fiscal não é a despesa, é o baixo crescimento, conjugado com uma política agressiva de desonerações ao setor privado."

Com uma planilha oficial em punho, ela vai aos números: em 2012, o impacto da desoneração federal foi de R$ 49,8 bilhões, ante os R$ 10,2 bilhões registrados no ano anterior.

Neste ano, mostrou Gleisi, serão R$ 80 bilhões.

Sobre as despesas, diz que, em 2003, os gastos com pessoal chegavam a 4,6% do PIB e hoje estão em 4,3% do PIB.

"A grande despesa que você pode acusar o governo de fazer se chama transferência de renda, que é inclusão social pura. Essa, sim, subiu de 7,1% do PIB e passou para 9,5% [do PIB] em 2013, mas está longe do descontrole."


 RESISTÊNCIA

A adoção de um regime de bandas foi proposta pelo economista Nelson Barbosa entre 2011 e 2012, quando era secretário-executivo da Fazenda, mas encontrou resistências na cúpula do ministério, inclusive de Guido Mantega.

Recentemente, porém, o titular da pasta passou a dizer que, na prática, o regime de bandas já funciona, uma vez que a meta de superavit primário em vigor pode ser reduzida na mesma proporção dos investimentos feitos no PAC e também das desonerações.

Mas há diferenças. Enquanto o atual mecanismo prevê que a meta pode ser reduzida toda vez que o governo conclui (e nem sempre admite) não ser capaz de cumpri-la, a proposta de Barbosa prevê um piso para o primário e um teto, por quatro anos.

Também propõe redução gradativa dos créditos do Tesouro aos bancos oficiais, redução drástica de empréstimos com taxas subsidiadas de juros e diminuição de aportes públicos no BNDES.

 

Fonte: www.uol.com.br


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Pequenos investidores não sairão da poupança tão cedo, mas há boas alternativas

Os pequenos investidores não sairão correndo da caderneta de poupança apenas por conta da mudança na rentabilidade que entrou em vigor no último dia 4, na opinião de especialistas em investimentos.

Notícias Gerais, por Redação

Brasil inicia 2012 com saída de dólares, informa Banco Central

O Banco Central informou nesta quarta-feira (11) que o Brasil iniciou o ano de 2012 com mais saída do que entrada de dólares. Na parcial da semana passada, a primeira deste ano,

Notícias Gerais, por Redação

Brics apostam na cooperação em fontes de energia renovável

Os cinco países do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) vão incentivar o desenvolvimento da energia eólica e solar, "ponto fundamental e inevitável pelo esgotamento das fósseis e dos problemas ambientais", declarou

Notícias Gerais, por Redação

Planalto quer evitar levar questão da DRU ao Supremo

O Palácio do Planalto não quer correr o risco de levar a tramitação da emenda que prorroga a DRU (Desvinculação das Receitas da União) no Senado para ser discutida no STF (Supremo Tribunal Federal) e decidiu não agrupar as duas propostas que tratam do tema na Casa.

Notícias Gerais, por Redação

Inadimplência do consumidor sobe 23% no ano, aponta Serasa

A inadimplência do consumidor apresentou alta de 23,0% no acumulado dos dez primeiros meses deste ano ante igual período de 2010, de acordo com o indicador da Serasa Experian divulgado nesta quarta-feira.

Deixe seu Comentário:

=