Publicado por Redação em Gestão de Saúde - 23/07/2025
Gastos com remédios para emagrecer disparam e empresas dos EUA avaliam cortar benefícios de saúde
Mais da metade dos grandes empregadores dos EUA planeja reduzir os benefícios de saúde no próximo ano, à medida que os custos crescentes com medicamentos para perda de peso e tratamentos especializados pressionam os orçamentos, de acordo com uma nova pesquisa divulgada pela consultoria Mercer nesta quarta-feira (16).
Entre os empregadores com 500 ou mais funcionários, 51% disseram que planejam aumentar o compartilhamento de custos em 2026, incluindo o aumento de franquias (dedutíveis) e dos tetos de gastos diretos com saúde para os profissionais. Isso representa uma alta em relação aos 45% que disseram que aumentariam o compartilhamento de custos para 2025.
A preocupação com o custo dos medicamentos para perda de peso da classe GLP-1, como o Wegovy da Novo Nordisk , disparou, com 77% dos empregadores apontando-os como uma das principais preocupações, segundo a consultoria. “Mais clientes estão dizendo ‘não sei por quanto tempo mais conseguiremos bancar a cobertura desses medicamentos’”, diz Alysha Fluno , líder de inovação farmacêutica da Mercer, em entrevista.
Embora alguns empregadores tenham oferecido cobertura para os GLP-1s na esperança de economias futuras com saúde, os preços em alta estão forçando uma reavaliação: “Alguns empregadores, diante de grandes aumentos de custo em 2026, podem sentir que essa cobertura se tornou inviável.”
Segundo Fluno, a maior concorrência no mercado de medicamentos para emagrecimento nos próximos anos deve dar mais poder de negociação para as administradoras de benefícios farmacêuticos e gerar reduções significativas de custo.
O Wegovy da Novo e o Zepbound da Eli Lilly são listados por US$ 1.086 e US$ 1.059, respectivamente, mas muitos pacientes pagam menos por meio de seus planos de saúde.
Os custos com medicamentos prescritos aumentaram 8% no ano passado, de acordo com a pesquisa. A Mercer projeta um aumento de 5,8% nos custos totais com benefícios de saúde em 2025.
Empregadores também estão buscando alternativas aos modelos tradicionais de administradoras de benefícios farmacêuticos, segundo a Mercer.
As administradoras de de benefícios farmacêuticos, como CVS Caremark, Express Scripts da Cigna e Optum Rx da UnitedHealthcare, atuam como intermediárias entre as farmacêuticas e os consumidores. Elas negociam descontos por volume e taxas com os fabricantes de medicamentos em nome dos empregadores e planos de saúde, criam listas de medicamentos cobertos pelos seguros e reembolsam farmácias por receitas médicas.
Fabricantes de medicamentos afirmam que essas empresas retêm uma parte não revelada dos descontos obtidos, em vez de repassá-los para os pacientes e pagadores.
A pressão regulatória e os apelos por mais transparência estão impulsionando o interesse em novos modelos e administradoras de benefícios farmacêuticos emergentes, com 34% dos empregadores considerando uma mudança.
A pesquisa revelou ainda que 40% dos empregadores estão considerando modelos alternativos de contratação para os benefícios com medicamentos prescritos, como aqueles que baseiam o preço dos remédios no valor pago pelas farmácias de varejo.
Reguladores têm criticado as três maiores administradoras de benefícios farmacêuticos por direcionarem pacientes a medicamentos mais caros e inflarem preços para aumentar suas receitas, uma acusação que a indústria nega.
O fundo de pensão da Califórnia, CalPERS, o segundo maior comprador público de benefícios de saúde nos EUA, anunciou na terça-feira (15) que a Caremark substituirá a Optum Rx, da UnitedHealth, como a administradora de benefícios farmacêuticos do fundo em 2026. O CalPERS afirmou que seu contrato de cinco anos com a Caremark exige mais transparência e supervisão da administradora.
Fonte: Forbes Brasil
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