Publicado por Redação em Notícias Gerais - 02/06/2014

É hora de fugir do crédito, dizem analistas

Com as parcelas dos empréstimos pesando mais no bolso do consumidor, especialistas recomendam evitar a tomada de crédito.

De acordo com dados do Banco Central, entre abril do ano passado e o mesmo mês de 2014, a taxa média de juros cobrados no crédito pessoal ficou 46% mais cara.

Na prática, isso significa que um consumidor que contratasse um empréstimo de R$ 1.000 em abril do ano passado pagaria, ao final de 12 meses, R$ 1.678,44. No mesmo exemplo hoje, a pessoa desembolsaria R$ 1.991,79.

Parte dessa alta é explicada pelo movimento de elevação da taxa básica da economia, a Selic, que passou de 7,25% ao ano em março de 2013 para os atuais 11%.

"O crédito tem acompanhado basicamente o aumento da Selic. Agora, deve começar a ter uma interrupção nesse encarecimento, porque a taxa parou de aumentar", afirma Nicolas Tingas, economista-chefe da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento).

Mas não é apenas esse componente que conta. A inadimplência também pesa.

"O crescimento da renda diminuiu. Com o aumento da inflação, mais pessoas deixam de pagar as contas", diz Alexandre Chaia, professor do curso de planejamento financeiro do Insper, instituto de ensino.

Para Chaia, diante desse cenário de encarecimento do crédito, o consumidor deve ficar mais seletivo na hora de contratar um empréstimo.

 LINHAS "FÁCEIS"

A principal orientação é ponderar se realmente o crédito é necessário. Muitas vezes o consumidor entra no cheque especial, por exemplo, para comprar produtos supérfluos, que poderiam ser adquiridos posteriormente.

"Às vezes as pessoas estão tão acostumadas a contar com o limite do cheque especial que não consideram essa modalidade como uma dívida", diz Erasmo Vieira, consultor da Planilhar Planejamento Financeiro.

Isso ocorre, segundo Vieira, porque o cheque especial e o limite do cartão de crédito são linhas "de fácil acesso", que acabaram caindo no gosto dos brasileiros.

"Muitos consumidores têm recursos aplicados na poupança e hesitam em sacar o dinheiro para pagar dívidas. É um erro clássico", diz.

"Não há aplicação de renda fixa cujo rendimento supere os juros cobrados pelo cheque especial ou pelo rotativo do cartão de crédito."

A urgência de cada caso vai definir se o crédito saiu barato ou caro, afirma José Vignoli, especialista em finanças pessoais do portal Meu Bolso Feliz, da SPC Brasil.

"Se a pessoa usa o cheque especial para pagar o hospital, é um crédito barato. Se o utiliza para pagar o restaurante, é caro."

Se a pessoa concluir que precisa mesmo do empréstimo, deverá avaliar as opções.

O crédito consignado é, em geral, a modalidade com taxa mais baixa porque, como a parcela é debitada na folha de pagamento, o banco tem mais segurança de que vai receber e, por isso, cobra menos.

Os dados do BC comprovam: a taxa média desse tipo de empréstimo ficou estável entre março e abril, em 25,3% ao ano. Já o juro do cheque especial mudou de patamar: passou da casa dos 140% (exatamente 147,9% ao ano) em dezembro de 2013 para 161,8% ao ano em abril.

FINANCEIRAS

O consumidor que não consegue comprovar renda ou que já esgotou o limite de crédito no seu banco tem a possibilidade de contratar empréstimo em financeira. Mas é preciso tomar cuidado com as taxas, mais altas do que dos bancos de varejo.

"Se a instituição financeira sabe que aquela pessoa está endividada e não tem mais limite de crédito ou ela não pode comprovar renda, vai pagar mais", afirma Chaia, do Insper.

Para Tingas, da Acrefi, não adianta recorrer a mais um empréstimo se o endividado não mudar seu modo de lidar com as finanças.

"Se você está numa situação de buraco permanente no orçamento que não consegue pagar, por mais que reestruture sua dívida, terá ou que arranjar mais receita ou reduzir a despesa. Não tem mágica."

Fonte: www.uol.com.br


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Em semana decisiva, mercado aposta na manutenção da Selic em 7,25%

Os analistas do mercado financeiro apostam que os técnicos do Banco Central vão manter a taxa básica de juros da economia no mínimo histórico de 7,25% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para esta terça e quarta-feira.

Notícias Gerais, por Redação

Gestão sustentável reduz custos das empresas

Não há incompatibilidade entre um empreendimento rentável e uma gestão voltada para a sustentabilidade. Para o Sebrae, uma empresa com práticas sustentáveis reduz seus custos operacionais por consumir menos água, energia e matéria-prima, além de reduzir a geração de resíduos e poluição.

Notícias Gerais, por Redação

Dia dos Namorados: veja quanto é tributo no valor dos presentes mais cotados

A lista dos presentes mais cotados para o Dia dos Namorados também faz a alegria do Leão. Isso porque, na hora de comprá-los, os apaixonados esquecem que em um simples buquê de flores ou mesmo nos tradicionais bombons há incidência de tributos.

Notícias Gerais, por Redação

Mercado eleva previsão para inflação em 2012 e reduz para PIB

O mercado manteve a previsão para a inflação oficial --o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)-- para este ano, mas aumentou para 2012 (pela sexta semana consecutiva), e reduziu a estimativa para o PIB em 2010 e 2011.

Notícias Gerais, por Redação

Petróleo termina em forte baixa em Nova York e em Londres

Os principais contratos futuros de petróleo registraram uma forte baixa nesta quinta-feira em Londres e em Nova York, em meio a um repúdio dos valores acionários a uma brusca apreciação do dólar.

Deixe seu Comentário:

=