Publicado por Redação em Notícias Gerais - 20/03/2014

Com menos burocracia, preço dos imóveis cairia até 20%

No final do ano passado, a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), instituição que tenho a honra de presidir, realizou em São Paulo, em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e com o Movimento Brasil Competitivo (MBC), o workshop final destinado à avaliação dos resultados do trabalho sobre as "Principais Barreiras Regulatórias e Burocráticas no Desenvolvimento do Setor Imobiliário Brasileiro", encomendado à empresa internacional especializada Booz & Company .

 Depois de devidamente formatado, esse estudo e suas conclusões propositivas serão formalmente entregues, nos próximos dias, às principais autoridades da República, na forma de uma contribuição capaz de mostrar como a desburocratização pode abaixar o preço do imóvel.

As conclusões enfatizam aspectos relacionados com os impactos no prazo de construção, na segurança jurídica dos negócios e, principalmente, na redução final dos custos e dos preços de venda.

Uma das muitas conclusões interessantes do estudo encomendado pela Abrainc é a surpreendente quantificação da ineficiência gerada na cadeia produtiva do setor imobiliário, cujos custos anuais foram estimados em R$ 19 bilhões.

É muito dinheiro desperdiçado em decorrência de causas e fatores facilmente removíveis desde que seja implementado um efetivo programa de desburocratização e desregulamentação, o que beneficiaria os compradores finais e ampliaria o acesso à habitação.

 Nesse particular, nunca é demais lembrar que, assim como os preços dos terrenos e dos materiais utilizados nas construções, os custos da excessiva burocracia também são transferidos aos compradores finais dos imóveis, a quem cabe a inglória missão de pagar uma conta que poderia ser significativamente menor.

Evidentemente, um diagnóstico dessa espécie e as proposições dele decorrentes interessam às autoridades públicas, aos decisores políticos, aos órgãos reguladores e aos demais agentes envolvidos em todo o processo.

Isso se desenvolve desde a aquisição dos terrenos  - também impactada indevidamente por acréscimos de custos - até a obtenção dos financiamentos  - exageradamente onerosos - por parte dos compradores finais.

Além disso, passa pelas atividades típicas de construção e gerenciamento dos canteiros, nas quais os custos da ineficiência, com possibilidade de remoção, costumam situar-se na faixa de 12% a 16%, dependendo do tipo de empreendimento. Ineficiências significativas também foram diagnosticadas nas atividades cartoriais de preparação de escrituras e de registro de imóveis, seja pelos prazos excessivos, seja pelos elevados custos.

 O fato é que, mesmo com objetivos menos ambiciosos para um eventual programa de desburocratização e desregulamentação aplicável ao setor imobiliário nacional, não seria muito difícil e nem muito demorada a remoção de empecilhos que resultassem numa redução final da ordem de 15% a 20% no preço de venda dos imóveis, principalmente naqueles destinados à primeira moradia de brasileiros com salários ou capacidade de investimentos limitados.

Em resumo, pela lógica financeira do processo, as conclusões do estudo encomendado pela Abrainc interessam não apenas à administração pública, responsável pelas ações para eliminação do "entulho burocrático" que vem se acumulando e intensificando desde as épocas coloniais.

Essas conclusões interessam, principalmente, aos compradores dos imóveis, que são os responsáveis finais pelo pagamento da conta e que, por isso mesmo, deveriam se engajar de forma mais firme na luta pela racionalização dos procedimentos, levantando a bandeira da desburocratização.

Afinal, para estes, segundo um raciocínio simplificado, mas didático, tudo se passa como se eles estivessem comprando um apartamento de dois dormitórios e pagando por um imóvel de quatro quartos.


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Governo anuncia corte de gastos de R$ 10 bilhões

O governo anunciou nesta segunda-feira um corte de gastos de R$ 10 bilhões com objetivo de ajudar o Banco Central no controle da inflação, conforme adiantado pela Folha no sábado.

Notícias Gerais, por Redação

IPI reduzido aumentou empregos e arrecadação de impostos, diz Anfavea

Para pedir a continuidade do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido de veículos, a Anfavea (associação das montadoras) apresentou ao Ministério da Fazenda dados que dizem que o benefício criou 2,7 mil novos empregos aumentou a arrecadação de impostos em R$ 1,7 milhão por dia.

Notícias Gerais, por Redação

Governo negocia com servidores de agências na 5ª-feira

Os servidores das agências reguladoras, em greve desde segunda-feira, terão uma reunião com o governo na quinta-feira, às 20 horas, na sede do Ministério do Planejamento.

Notícias Gerais, por Redação

BG diz que produção em campo brasileiro superou expectativas

A companhia britânica de petróleo e gás BG extraiu mais petróleo no Brasil do que esperava e recebeu mais tempo para analisar o campo de petróleo antes de ter que declarar a viabilidade comercial dele.

Deixe seu Comentário:

=