Publicado por Redação em Notícias Gerais - 21/08/2014

Banco Central muda regras bancárias para injetar até R$ 70 bi na economia

Menos de um mês depois de anunciar medidas que expandem a oferta de crédito no país, oBanco Central (BC) voltou a alterar as regras dos compulsórios dos bancos, contribuição obrigatória que as instituições fazem junto ao BC como forma de proteção ao sistema financeiro. A partir de agora, elas poderão usar, em empréstimos, 60% do montante antes reservado exclusivamente para esse depósito.
 
Na medida anterior, anunciada em julho, o BC já havia liberado 50% desse valor para empréstimos aos consumidores, o que disponibilizou ao mercado 30 bilhões de reais. Na prática, com a liberação desses outros 10 pontos porcentuais do compulsório, as instituições financeiras podem emprestar mais 10 bilhões de reais, somando 40 bilhões em dinheiro novo em circulação.

Considerando outras mudanças anunciadas nesta quarta-feira, há ainda um potencial de impacto na liquidez da economia de 15 bilhões de reais. Com isso, as duas medidas anunciadas nesta quarta podem ter um efeito de 25 bilhões de reais no crédito dos bancos.

No anúncio de julho, o BC havia comentado que poderia haver um potencial extra de liquidez de 15 bilhões de reais. Assim, somando o dinheiro do compulsório liberado de imediato em julho e agora (40 bilhões) ao potencial de 15 bilhões de julho e mais 15 bilhões desta quarta, poderão ser injetados no mercado de crédito brasileiro um total de 70 bilhões de reais.

Para salvar o PIB - O BC explica que essas mudanças fazem parte de sua estratégia de retirar, aos poucos, as medidas adotadas pós-crise, em meados de 2010, para proteger o sistema financeiro do Brasil contra os choques do mercado internacional e formar um colchão de reservas de dinheiro. Como o cenário mudou (economias estão se recuperando e o crédito internacional voltou a circular), a autoridade monetária vê espaço para tirar parte das medidas duras. Contudo, vale ressaltar que o Brasil vive um momento de crescimento baixo - economistas projetam expansão menor que 1% para 2014. Assim, economistas acreditam que essas medidas foram anunciadas agora para tentar salvar o Produto Interno Bruto (PIB) via estímulo ao consumo.

O problema principal é o risco de esse aumento de crédito aumentar ainda mais a inflação. Há duas semanas, o presidente do BC, Alexandre Tombini, defendeu que, apesar de manter a Selic em níveis elevados, as medidas de estímulo ao crédito adotadas em julho não atrapalham a política monetária, que busca a estabilidade de preços. "Não há qualquer contradição ou incompatibilidade entre as ações recentes e a política monetária, uma vez que são instrumentos que têm objetivos distintos", afirmou ele em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado Federal.
 
 
Fonte: VEJA On-line - São Paulo/SP


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

DF: médicos cubanos desembarcam e falam em ajudar a melhorar saúde

Os médicos cubanos que desembarcaram na madrugada desta quarta-feira em Brasília afirmaram que o objetivo de sua vinda ao Brasil é humanitária, e que pretendem ajudar a melhorar a saúde da população.

Notícias Gerais, por Redação

Crise já consumiu R$ 7,6 bi do caixa das empresas X e dívida chega a R$ 25 bi

Balanço das seis companhias de capital aberto do grupo EBX, de Eike Batista, mostra que o caixa das companhias saiu de R$ 10,22 bi para R$ 2,6 bi

Notícias Gerais, por Redação

Dilma: Brasil tem de dobrar renda per capita para ser desenvolvido

A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira que para o Brasil ser considerado um país desenvolvido precisará "dobrar sua renda per capita", mas ela não se comprometeu com um prazo para atingir essa meta ao discursar no almoço com os oficiais generais das Forças Armadas.

Deixe seu Comentário:

=